Extensão em Implantodontia na UNIUV recebe conceito da Implantodontia 4.0
Prof. Msc. Ricardo Toscano | Diretor Científico da DSP Biomedical e Prof. Msc. Ricardo Denardi | Consultor Científico da DSP Biomedical
A reabilitação oral com uso de implantes possibilita a reposição de dentes perdidos ou comprometidos seja ela unitária, parcial ou total (1,2). O processo de osseointegração consiste na inserção de um dispositivo medico odontológico através de procedimentos cirúrgicos na maxila ou mandíbula para suporte funcional e reabilitação protética. Per- Ingvar Branemark elaborou diretrizes para alcance previsível do sucesso na implantodontia: material do implante, baixo trauma cirúrgico, estabilidade primaria do implante, tempo cirúrgico ( cirurgia em dois estágios) e carregamento protético.
As altas taxas de sucesso podem ser comprometidos em decorrência de causas biológicas e mecânicas. Com relação a causa mecânica os implantes podem apresentar falhas por fadiga devido a carregamentos cíclicos do processo mastigatório. A fratura do implante pode ocorrer por impacto ou por cargas de intensidades variadas que atuam durante longos períodos induzidas pela aplicação de cargas lentas por ação, compreensão, flexão e torção (5, 6,7, 8, 9). Com relação a parte biológica as distorções de próteses sobre implantes geram concentração de tensão, sobre o complexo osso -implante-prótese que perduram até que ocorra falha no sistema. A técnica cirúrgica representa um meio para maximizar os resultados mecânicos e biológicos na implantodontia.
Os principais fatores técnicos a serem observados inerentes aos resultados de aplicação dos implantes são:
1- Técnica cirúrgica
• Falta de estabilidade inicial por fatores relacionados a osteotomia exagerada para as dimensões do implante.
• Força excessiva para remover a fresa durante a preparação da alvéolo cirúrgico;
• Falta de destreza manual durante a perfuração ou na colocação do implante;
• Tecido ósseo de baixa qualidade;
• Injúria de células ósseas com subsequente necrose e preparação elíptica com subsequente formação de tecido mole encapsulando o implante.
Os principais fatores técnicos que maximizam os resultados são:
• Habilidade cirúrgica
• Pressão correta durante as perfurações
• Uso de fresas afiadas.
Esses fatores levam a um alvéolo preciso, aumentando a taxa de sucesso na osseointegração pela otimização do contato osso/ implante.
2. Aquecimento ósseo
Existe correlação entre aquecimento ósseo e falhas de implantes. Uma mínima elevação de temperatura durante as perfurações é fundamental na técnica atraumática. O controle da temperatura é essencial na osteointegração pois a necrose de células ósseas ocorre a uma temperatura de 47 graus (ou mais), por um minuto com irrigação copiosa (14,15,16)
3- Espaço reduzido entre implantes ou dente /implante
O Espaço biológico mínimo de três milímetros deve ser preservado entre implantes ou dente/implante. Mantendo-se essa distância a necrose que poderia acontecer devido ao reduzido aporte sanguíneo não ocorrerá. Em osso (tipo I) o espaço mínimo deve ser de cinco milímetros, para evitar sobre aquecimento e necrose celular, em osso medular ( tipo III e Iv) o espaço pode ser de três milímetros, pois não há riscos de sobre aquecimento (13,21).
4. Instalação de implante em sítio contaminado
Podem ocorrer falhas de implantes devido à instalação em sítio contaminado ou devido à migração, através dos espaços medulares, de infecção proveniente de dentes vizinhos. A contaminação também pode ocorrer devido à perfuração da fossa nasal ou de comunicação com seio maxilar contaminado (17,18 ). Antes da instalação do implante a remoção de fontes de infecção próximas devem ser removidas como restos radicares, corpos estranhos, lesões endodônticas, lesões residuais e infecção periodontal. Os dentes adjacentes ao sítio do implante devem ser ser avaliados observando a possível necessidade de tratamento periodontal, endodôntico, retardamento endodôntico, apicetomia ou exodontia.
5. Contaminação do implante antes da inserção
O implante pode ser contaminado através do contato do implante com instrumentos não de titânio, contato com bactérias da cavidade oral, ou ainda com o pó da luva que age como uma filtro sobre o implante.
6. Desenho improprio do retalho
O Desenho do retalho não permita a coartação dos bordos cirúrgicos ou caso haja tensão excessiva na sutura a cicatrização fica prejudicada, podendo haver exposição prematura do parafuso de cobertura. Isso aumenta o risco de infecção no sitio do implante, podendo causar mucosite e periimplantite que podem levar à perda do implante (13,21).
7. Carga Transmucosa
Os implantes podem sofrer carga mastigatória prematuramente através da mucosa, esta carga pode ser provocada por próteses provisórias ou pela ausência das mesmas. Então, deve-se confeccionar próteses provisórias aliviadas de forma a evitar a carga transmucosa durante o período de osteointegração.
Dentro do conceito de hipertextualidade o Prof. Msc Ricardo Denardi consultor cientifico da DSP Biomedical e o Prof. Msc Marcelo Turella coordenador do curso de Odontologia da UNIUV – União da Vitoria- Pr, trabalharam com os alunos do curso de extensão em Implantodontia desta entidade de ensino objetivando a continuidade e potencialização de técnicas cirúrgicas em implantodontia, transdisciplinares, e aplicações das mesmas de forma prática, dando ênfase a ruptura de uma visão reabilitadora uni disciplinar. (22, 23)
A visão pedagógica aplicada pelos professores está baseada na transmissão de soluções clínicas pragmáticas do implantodontista, com agilidade para resolver problemas, facilitar a comunicação com o paciente, acesso rápido à informações possibilitando melhor dinâmica interpessoais e promoção de sua carreira no mercado de trabalho. (24, 25,26)
A DSP Biomedical embarca em seus implantes, componentes e instrumentais: ciência, tecnologia e engenharia avançada. Esta base tripla revela a identidade da empresa com o movimento global chamado Quarta Revolução industrial, também conhecido como Industria 4.0. Dentro da visão fabril trabalha-se para que os produtos sejam produzidos utilizando recursos cyber físicos, maximizando sua funcionalidade e gerando possibilidades customizadas aos cirurgiões dentistas, enquanto o departamento cientifico múltipla conhecimento para que os profissionais da área de implantodontia (re) conheçam e identifiquem estes atributos nos dispositivos odontológicos e possam atuar de forma personalizada em sua clinica diária, inserindo o conceito Implantodontia 4.0 em sua vida profissional.
Este contexto revela o ensino contemporâneo aplicado nesta instituição através da didática aberta, flexível e conectada que aconteceu no curso de extensão em Implantodontia na UNIUV- União da Vitoria Pr no curso coordenado pelos Prof. Msc Marcelo Turella e Profa. Angela Turella nos dias 9, 10 e 11 de Junho de 2017.
Referências
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2- Brånemark P-I, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindström J, Hallen O, Ohmann A. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-years period. Scandinavian Journal of Plastic and Reconstructive Surgery 1977;11(Suppl 16).
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4- Adell R, Eriksson B, Lekholm U, Brånemark P, Jemt T. Along-term follow-up study of osseointegrated implants in the treatment of totally edentulous jaws. International Journal of Oral and Maxillofacial Implants 1990;5:347-59.
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